A última sexta-feira começou como um dia animado aqui em casa: levei as crianças na escola, corri até o supermercado, voltei voando para fazer o almoço e após o almoço eu iria na casa de uma amiga. No final da tarde, alguns amiguinhos das crianças viriam aqui para brincar e eu receberia o meu maridinho exausta mas super feliz para mais um final de semana.
Infelizmente (ou talvez felizmente, quem sabe!!!) as coisas não saíram exatamente como eu esperava e mudaram totalmente o meu final de semana!
Para o almoço eu resolvi fazer quibe e enquanto fazia os bolinhos, tive a infeliz idéia de esquentar o óleo para que fosse mais rápido frita-los quando as crianças chegassem para o almoço! O problema é que fui para a escola e esqueci o óleo no fogo! Foram 45 minutos entre ir pegar a Luisa, esperar o Edu e a Helena e chegar em casa.
Já na porta eu ouvi o alarme de incêndio e só neste momento me lembrei da panela. Quando entrei em casa a escuridão era total: a parede de fumaça negra e densa não permitia se enxergasse nada e fui tateando até chegar na cozinha e constatar que o fogo já estava apagado. O barulho do alarme estava infernal e eu fui desesperada procurar pelo Blue, nosso cachorro, que tinha ficado em casa.
Chamei, chamei, gritei, abri a porta da sala para tentar dispersar um pouco a fumaça e o Blue não apareceu. As crianças estavam apavoradas na porta querendo entrar em casa mas com medo da escuridão e então eu sai e fui chamar minha vizinha.
Ela veio comigo, foi abrindo as janelas, desativou os alarmes (tem um em cada andar da casa) e eu desesperada procurando o cachorro naquele fumaceiro. No desespero, ele subiu para os quartos, justamente para onde a fumaça também foi e estava acuadinho no quarto do Eduardo. Quando eu agachei na porta do quarto, ele veio correndo até mim e foi quando eu percebi que a parede de fumaça começava mais ou menos na minha coxa e ia pra cima. Ele estava abaixo da escuridão, mas não sei por quanto tempo ainda aguentaria.
Depois de pegar o cachorro e abrir todas as janelas e portas, nós saímos de casa e fomos para a casa da vizinha, que muito generosamente improvisou um almoço para as crianças. Levei as crianças de volta para a escola e a vizinha ainda ficou com a Luisa e o cachorro. Quando voltei, encontrei a vizinha de botinha e luvinha segurando uma cesta de produtos de limpeza, escada, vassouras... e acompanhada de uma outra vizinha que ela recrutou.
Fomos para minha casa e começamos a limpeza. Primeiro fotografamos tudo (muito importante!!! ) para quando acionar o seguro e então foi que eu comecei a olhar o estrago!!!! O microondas que fica sobre o fogão estava derretido e algumas partes dele tinham escorrido sobre a base de vidro do meu fogão. O vidro da porta do microondas explodiu com o calor e tinha cacos pela cozinha inteira. E tres portas dos meus armários ficaram danificada: graças a deus não pegaram fogo senão o estrago poderia ter sido desastroso.
E assim, nós três passamos a tarde juntando cacos, limpando as paredes, os armários, o chão, as bancadas... a cozinha inteira, do teto ao piso.
Depois da limpeza, minha vizinha ainda levou o Blue para um banho (ele estava cinza!!!) na casa dela e mais tarde levou as crianças para jogarem video game e tomarem um lanche.
O resutado final foi que a minha casa inteira estava coberta de fuligem: eu tive que limpar todas as superfícies que estavam descobertas. Pra se ter uma idéia, hj, domingo, ainda nao terminei de lavar tudo porque tive que lavar todas as roupas: tapetes, cortinas, leçois, toalhas, forros dos sofás, as roupas que eu tinha dobrado de manhã, roupas que estavam nos armários da meninas e do Edu (esses armários estavam com as portas abertas). Só as roupas do meu closet que não ficaram sujas porque as portas estavam fechadas. Na cozinha, em compensação, mesmo com as portas fechadas, a fuligem conseguiu entrar e eu tive que lavar toda a louça e limpar todos os armários!!!
Mas nem o trabalho, nem o prejuizo foram tão sofridos quanto a sensação de desespero: ficar imaginando o que poderia ter acontecido, ficar pensando no quanto o Blue não deve ter sofrido com toda aquela barulheira, aquela fumaça...
Eu, agora, fico pensando nas minhas reações e não consigo me reconhecer. Eu fiquei como um boneco sendo levado de um lado para o outro, sem conseguir tomar decisões. Se não fossem as minhas vizinhas eu não sei o que teria acontecido porque eu não conseguia pensar, não conseguia fazer nada, eu estava feito uma barata tonta dentro da minha própria casa. Eu nem sei dizer em que momento a ficha caiu, ou se ela realmente já caiu, rs. Parece que tudo não passou de um sonho e eu só tenho certeza que foi verdade porque sempre que entro na minha cozinha, dou de cara com aquele microondas derretido.
Serei eternamente grata a estas duas pessoas (Lorine and Michele) que alem de me ajudarem a limpar a cozinha, ainda tentaram me acalmar, me contaram histórias engraçadas de pipocas no microondas por 30 minutos ou torta de maça colocada no forno com a embalagem de papelão.
Á noite, o marido da Lorine ainda veio aqui ver se precisávamos de alguma coisa, nos trouxe o telefone do marceneiro que fez os nossos armários e hj veio novamente para saber como estávamos.
Eu nem sei como agradecer tanta atenção e generosidade. Tanto cuidado e simpatia. E foi em um momento tão difícil que eu descobri que tenho pelo menos 2 vizinhos com quem eu posso contar e talvez por coincidência, são os únicos canadenses da rua!
Infelizmente (ou talvez felizmente, quem sabe!!!) as coisas não saíram exatamente como eu esperava e mudaram totalmente o meu final de semana!
Para o almoço eu resolvi fazer quibe e enquanto fazia os bolinhos, tive a infeliz idéia de esquentar o óleo para que fosse mais rápido frita-los quando as crianças chegassem para o almoço! O problema é que fui para a escola e esqueci o óleo no fogo! Foram 45 minutos entre ir pegar a Luisa, esperar o Edu e a Helena e chegar em casa.
Já na porta eu ouvi o alarme de incêndio e só neste momento me lembrei da panela. Quando entrei em casa a escuridão era total: a parede de fumaça negra e densa não permitia se enxergasse nada e fui tateando até chegar na cozinha e constatar que o fogo já estava apagado. O barulho do alarme estava infernal e eu fui desesperada procurar pelo Blue, nosso cachorro, que tinha ficado em casa.
Chamei, chamei, gritei, abri a porta da sala para tentar dispersar um pouco a fumaça e o Blue não apareceu. As crianças estavam apavoradas na porta querendo entrar em casa mas com medo da escuridão e então eu sai e fui chamar minha vizinha.
Ela veio comigo, foi abrindo as janelas, desativou os alarmes (tem um em cada andar da casa) e eu desesperada procurando o cachorro naquele fumaceiro. No desespero, ele subiu para os quartos, justamente para onde a fumaça também foi e estava acuadinho no quarto do Eduardo. Quando eu agachei na porta do quarto, ele veio correndo até mim e foi quando eu percebi que a parede de fumaça começava mais ou menos na minha coxa e ia pra cima. Ele estava abaixo da escuridão, mas não sei por quanto tempo ainda aguentaria.
Depois de pegar o cachorro e abrir todas as janelas e portas, nós saímos de casa e fomos para a casa da vizinha, que muito generosamente improvisou um almoço para as crianças. Levei as crianças de volta para a escola e a vizinha ainda ficou com a Luisa e o cachorro. Quando voltei, encontrei a vizinha de botinha e luvinha segurando uma cesta de produtos de limpeza, escada, vassouras... e acompanhada de uma outra vizinha que ela recrutou.
Fomos para minha casa e começamos a limpeza. Primeiro fotografamos tudo (muito importante!!! ) para quando acionar o seguro e então foi que eu comecei a olhar o estrago!!!! O microondas que fica sobre o fogão estava derretido e algumas partes dele tinham escorrido sobre a base de vidro do meu fogão. O vidro da porta do microondas explodiu com o calor e tinha cacos pela cozinha inteira. E tres portas dos meus armários ficaram danificada: graças a deus não pegaram fogo senão o estrago poderia ter sido desastroso.
E assim, nós três passamos a tarde juntando cacos, limpando as paredes, os armários, o chão, as bancadas... a cozinha inteira, do teto ao piso.
Depois da limpeza, minha vizinha ainda levou o Blue para um banho (ele estava cinza!!!) na casa dela e mais tarde levou as crianças para jogarem video game e tomarem um lanche.
O resutado final foi que a minha casa inteira estava coberta de fuligem: eu tive que limpar todas as superfícies que estavam descobertas. Pra se ter uma idéia, hj, domingo, ainda nao terminei de lavar tudo porque tive que lavar todas as roupas: tapetes, cortinas, leçois, toalhas, forros dos sofás, as roupas que eu tinha dobrado de manhã, roupas que estavam nos armários da meninas e do Edu (esses armários estavam com as portas abertas). Só as roupas do meu closet que não ficaram sujas porque as portas estavam fechadas. Na cozinha, em compensação, mesmo com as portas fechadas, a fuligem conseguiu entrar e eu tive que lavar toda a louça e limpar todos os armários!!!
Mas nem o trabalho, nem o prejuizo foram tão sofridos quanto a sensação de desespero: ficar imaginando o que poderia ter acontecido, ficar pensando no quanto o Blue não deve ter sofrido com toda aquela barulheira, aquela fumaça...
Eu, agora, fico pensando nas minhas reações e não consigo me reconhecer. Eu fiquei como um boneco sendo levado de um lado para o outro, sem conseguir tomar decisões. Se não fossem as minhas vizinhas eu não sei o que teria acontecido porque eu não conseguia pensar, não conseguia fazer nada, eu estava feito uma barata tonta dentro da minha própria casa. Eu nem sei dizer em que momento a ficha caiu, ou se ela realmente já caiu, rs. Parece que tudo não passou de um sonho e eu só tenho certeza que foi verdade porque sempre que entro na minha cozinha, dou de cara com aquele microondas derretido.
Serei eternamente grata a estas duas pessoas (Lorine and Michele) que alem de me ajudarem a limpar a cozinha, ainda tentaram me acalmar, me contaram histórias engraçadas de pipocas no microondas por 30 minutos ou torta de maça colocada no forno com a embalagem de papelão.
Á noite, o marido da Lorine ainda veio aqui ver se precisávamos de alguma coisa, nos trouxe o telefone do marceneiro que fez os nossos armários e hj veio novamente para saber como estávamos.
Eu nem sei como agradecer tanta atenção e generosidade. Tanto cuidado e simpatia. E foi em um momento tão difícil que eu descobri que tenho pelo menos 2 vizinhos com quem eu posso contar e talvez por coincidência, são os únicos canadenses da rua!