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Mudar ou não mudar?

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Patinação no primeiro dia do ano!
É impressionante como nos acostumamos com o que é ruim! As vezes vivemos por anos em situações  difíceis e achamos que está tudo bem. Passei por esta situação na escola das crianças e foi duro entender que estávamos mais prejudicando do que ajudando nossos filhos.

 Tudo começou com a mudança da diretora da escola em 2011. Saiu a pessoa que nos acolheu como filhos, que era gentil, elegante, culta e ao mesmo tempo extremante firme e entou em seu lugar uma outra pessoa. É normal que a gente não goste do novo e que receba com ressalvas quem veio substituir alguém de quem a gente gosta muito, então tentei ser paciente e dar um tempo a ela.

Logo de cara esta fulana encheu a escola de mudanças. Antes mesmo de ter o desprazer de conhece-la pessoalmente já levei bronca quando estacionei no parking lot da escola. Ela simplesmente decidiu que não poderíamos mais estacionar alí e de uma hora para outra mudou a regra. Aproveitei a oportunidade para me apresentar e comecei estacionar no kiss & ride (região na frente da escola reservada para os pais que deixam os filhos em frente a escola e vão embora). Como tinham duas faixas, os pais que queriam ficar estacionavam em uma deixando a outra livre.

O problema é que as regras mudavam o tempo todo:

- um dia não podíamos estacionar perto dos ônibus.
- depois só podíamos estacionar no final da faixa.
- depois só na hora do almoço.
- em seguida só depois que os ônibus escolares tivessem saído.
- depois ela construiu mais uma faixa em frente a escola, mas ninguém podia estacionar.

O fato é que nunca sabíamos onde e como parar o carro.

E se no simples ato de levar e buscar nossos filhos na escola, as coisas estavam confusas, imaginem dentro da escola, tendo que lidar com quase 200 crianças, professores, funcionários e tudo o mais. O tempo foi passando e aos poucos esta diretora incompetente conseguiu transformar nossa escola em uma total desorganização. As crianças passaram a não obedecer os professores, os pais só reclamavam, minhas crianças chegavam em casa contando histórias absurdas de funcionários mandando crianças calarem a boca ou professores intimidando as crianças.

Ao mesmo tempo, a escola pedia dinheiro o tempo todo para comprar monitores e iPads que nunca foram usados, enquanto a biblioteca da escola era vergonhosa.

Enfim, o ambiente criado por esta mulher se tornou rapidamente um ambiente inapropriado para o aprendizado. Os pais estavam estressados com todas as reclamações que recebiam diariamente por novas regras que ela inventava, as crianças estavam estressadas e com medo dela porque ela usa o método da intimidação para controlar as coisas, os professores estavam estressados e quando chegamos em Novembro do ano passado, eu percebi o quanto aquele ambiente pesado estava influenciando a nossa vida.

A Luisa chorava todos os dias dizendo que não queria ir para a escola. A Helena tinha pesadelos achando que iam tira-la de mim e do Sergio e o Eduardo reclamava de tudo o tempo todo. Sair de casa de manhã, a caminho da escola, virou uma batalha diária que foi se transformando em um estress sem tamanho. As crianças não queriam mais ir até a diretoria por nada, nem para receber o presentinho que a escola dá no aniversário da crianças.

Eles não queriam mais participar de nenhuma atividade promovida pela escola fora do horário de aula e até a festa de natal foi sem graça, porque nenhum dos 3 estava animado para ir se apresentar. Foi um final de ano triste e estressante para todos nós.

Na última semana de aula, do nada, eu comecei pensar em muda-los de escola. Fiz um levantamento de todas as possibilidades e comecei pesquisar as notas de todas as escolas da região para onde eles poderiam ser transferidos e então caiu a ficha do quanto eu tinha perdido tempo com aquela diretora perdida e incompetente. A pequena escola católica onde meus filhos estudavam, era sem sombra de dúvidas uma das melhores escolas da minha região em 2010 e agora, vem caindo ano a ano em qualidade de ensino.

De repente eu me dei conta de que não valia a pena continuar naquele ambiente e que a única coisa que nos segurava ali, eram alguns amigos. No último dia de aula, eu matriculei as crianças nas novas escolas e entreguei uma carta na secretaria avisando que estava tirando as crianças da escola.

As crianças começaram nas novas escolas dia 5 de Janeiro e nem pensam em voltar para a antiga escola. Eu vou caminhando com a Helena e Luisa. Depois que elas entram, eu volto para casa e levo o Edu para a escola dele, que é uma Middle School. Ao contrário do que acontecia quando eu ia busca-los antes, agora todo mundo sai da escola contando milhões de coisas que fizeram. Os três adoram suas professoras, fizeram varias amizades e falam da escola com um carinho, uma alegria que há muito tempo todos haviam perdido.

É claro que não existe perfeição e em breve vamos encontrar os problemas das escolas, mas até lá, estamos curtindo a lua de mel e a tranquilidade de saber que, por mais malucas que sejam as regras, elas são claras e constantes!

Meu maior arrependimento foi não ter enxergado os sinais há mais tempo. Muitas dores de cabeça teriam sido evitadas!
 

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